domingo, 10 de agosto de 2014

Mais um pouco de erosão

Erosão generalizada de grãos de pouco mar
À espera de serem popular areia de cidade
Em apartamentos escuros rebentando electricidade e partilhas sociais
Grãos capitães de antigas rochas, Generais grãos continentais
Agora escorrendo solidão consentida de multidão em serem apenas soldados
Escolhendo ser nada mais que gente banais
Nas cidades que vomitaram artistas
Nas cidades que cagaram cientistas e filósofos
Nas cidades que suaram música apenas para a limpar de vez
Nas marés cheias de despertadores e trânsito e carros e transportes públicos e escritórios e rebentares de horas de almoço e reuniões e mais quarenta futilidades que de tão quotidianas nem reparamos na rotina nasce o egoísmo
E só ai estamos sós
Sós no processo mecânico de nos tornarmos indestrutível aço e rolamento para encaixar  numa qualquer sociedade dentada
Porém tudo vaza nos copos derramados sobre a traqueia apenas para desidratar
Tudo se expõe na maré rasa de um copo de verão
Que não é mais do que enferrujar
E desencaixar em simultâneo
Tornando tantos uns em dois ou mais
Pondo de novos os homens animais
Racionais máquinas de foder
Racionais máquinas carnais

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